A Irmandade Comunindios Bandeira Branca, com sede em Alter do Chão (PA), Amazônia, é um grupo que utiliza o Xamãe em seus rituais para desenvolvimento social e espiritual e autoconhecimento, independente de religião, onde ressaltamos com grande importância os sentimentos do amor, da verdade e da pró-criação. O nosso objetivo é que cada pessoa possa se conhecer melhor, entendendo o que esta a sua volta com mais clareza, através do contato com uma força superior que traz a luz para as muitas perguntas sem resposta.

A ayahuasca, bebida sagrada milenar, é o elo entre o “ser” e a “força superior”, é a chave para estas respostas misteriosas das quais cada individuo torna-se um ser espiritual dotado de autoconhecimento capaz de encontrar em si todas as respostas existentes no cosmo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Ritual Lua cheia Festa no Bosque - 19 Fev 2011


O Ritual de Fevereiro da Comunindios foi realizado em São Lourenço da Serra, em um bosque muito bonito, na montanha, e seguem abaixo alguns comentários e depoimentos sobre o encontro.

7 comentários:

  1. Ao tomar a primeira dose do chá nada pôde-se notar, talvez uma sonolência que muito provavelmente não decorreria por causa do chá. Aparentemente com o corpo e mente OK, optei por tomar a segunda dose. Logo após a segunda dose, cerca de 10 min, senti uma fraqueza muito grande como se a pressão estivesse baixa e senti a adrenalina subir instantaneamente acompanhada de uma forte náusea. Decidi então me deitar fazendo assim com que a náusea diminuísse. Veio então uma vontade muito forte de rir e contração do abdômen. Já não conseguia me orientar no espaço, como se eu não soubesse em qual região do recinto eu estava. Uma sobrecarga de pensamentos me nocauteava sem que eu pudesse acompanhar. Uma sensação de ter pedaço de madeira (raízes) na boca. Ao olhar para as árvores acima de mim pude notar uma coloração em volta da mesma e no céu aparecera mandalas. A única coisa que eu tinha certeza que era real era a músiia que tocava ao fundo. Após essa fase, veio a fase de reflexão, onde tudo era motivo pra pensar desde a folhinha que caía até a crise no Egito.
    Ao final do trabalho, senti dores de cabeça que perdurou até o fim do dia seguinte.
    Sinto que o trabalho de reflexão dura até hoje e durará mais tempo.
    Agradeço por toda atenção dada, tudo ocorreu muito bem e me senti feliz por participar da comunidade!!!
    Obrigado...

    Léo

    ResponderExcluir
  2. Há anos, ouvia falar de Santo Daime e Ayahuasca. Ouvi de tudo. Desde os alarmistas: "é um perigo! É como uma droga alucinógena como outra qualquer!! Pode ser uma viagem sem volta!!" Os anti-religiosos: "vai virar fanático!" E os céticos: "não é nada! É só uma viagem muito louca, ponto!"

    Na verdade, nenhum deles tinha experimentado. Preconceitos, e mais preconceitos.

    Mas, por outro lado, havia muita gente interessante dizendo que era uma experiência de transformação. Que te coloca em estados alterados de consciência que só com muitos anos de experiência em meditação transcendental, e yoga avançado, e ainda mais muita disponibilidade pessoal e maturidade emocional podem te trazer...

    Essa segunda turma sempre me deixou muito curioso.

    Após uma série de vivências, e experimentações com auto-consciência, fui convidado um pouco por acaso para minha experiência com Ayahuasca.

    A situação é estranha: um monte de gente que não se conhece. Todo mundo disponível, de cara simpática, abertos. Sim, mas ninguém sabia muito bem o que o outro "era": mais ou menos careta? Viajandão?

    O lugar, mais estranho ainda: depois de uma longa caminhada no mato, chega-se a uma casa afastada e isolada, com um pessoal simpático te recebendo...
    Mas, no meio do mato! E se alguma coisa acontecer? Uma parada cardíaca? Uma overdose?

    Tensão no ar... Mas muita simpatia e olhares amigos.

    Bom, vamos nessa.

    Depois de uma ameaça de chuva, que interrompeu a palestra preparativa, o Shaman e organizador do evento nos informa das regras do processo: quando pode-se beber, o quanto pode-se beber, e acalma os ânimos dizendo que: "se sentir que vai morrer... Morra! Você vai fazer uma viagem incrível, e voltar profundamente alterado por ela."

    Hmm....

    Será? Sei lá!

    Bom, estou aqui, vamos lá.

    Bebi a primeira dose, do tamanho de uma xícara de café. Gosto parecido com assaí, apenas mais amargo. Mas, que não deixa de ser agradável.

    Reações estranhas (alertaram quanto às reações gastro-intestinais...).
    Mas, nada incrível. Aparentemente, as reações são muito diferentes de pessoa para pessoa.

    Sentei e me acomodei.

    Depois de alguns segundos, ou foram minutos?, senti um profundo relaxamento, e minha visão começou a ficar alterada. Sendo artista visual, tenho bastante sensibilidade visual e controle do que percebo pelos olhos... Algo estava diferente...
    (continua)

    ResponderExcluir
  3. À medida que relaxava, mais a visão se alterava. E quando fechava os olhos, mais estranha a coisa ficava: o universo visual que está sempre ali conosco começou a se alterar também; imagens cada vez mais incríveis foram se acumulando.
    As folhas das árvores, as pessoas, as luzes. Padrões geométricos e de interferências de ondas. Composições muito complexas...

    Se fosse descrever tudo, ou mesmo só um pouco, do que vi, escreveria uns cinco volumes de 300 páginas...

    O que importa é que sentia uma profunda relação entre os diversos níveis de consciência que sabia que possuía, mas nunca tinha experienciado-os com tanta clareza.
    E durante todo esse momento (que depois verifiquei ter demorado duas horas e meia, mas parecia muitos dias) fui inundado por imagens de uma incrível riqueza de detalhes e beleza -- algumas horríveis, também -- mas todas muito impressionantes. (Seriam as chamadas "mirações"?)

    Bom, a primeira "viagem" foi muito divertida, interessante, mas não muito profunda emocionalmente. Ou quanto ao auto-conhecimento.
    E achei que apenas uma dose, para mim, estava de bom tamanho nessa primeira experiência.
    Quando chamaram para a segunda dose, fiquei sentado, apreciando as reações e sentido meu corpo-no-mundo.

    Incrivelmente, depois de um ponto, efeito passou muito rápido. E percebi que iria ficar esperando horas até que todo mundo acordasse do processo e pudéssemos ir embora.
    Não tinha clareza naquele momento, mas eu terminava de experienciar um momento extremamente egóico, e só estava preocupado comigo mesmo, e no que iria fazer depois daquilo...

    Decidi que não desperdiçaria a oportunidade, e iria tomar uma segunda dose. Mas pedi apenas um terço do que tinha tomado na primeira. Vamos com calma!

    Andei um pouco de pé, vendo o mundo como que fosforescente por lentes grande angular... Fascinante! (Diria Spock...)

    Ao sentar, relaxei completamente, e entrei em um segundo momento.

    A música me irritava profundamente. Desafinada, precária, sem melodia... E algo, além disso, me incomodava nela ainda mais, algo intangível. Mas que, sob o efeito do chá, me parecia totalmente intolerável. Cheguei a berrar: "a música está desafinada! Que saco!" Mas acho que ninguém ouviu (ainda bem!).

    Então, algo profundamente importante ocorreu: me toquei do que estava me incomodando na música.
    Ela era muito, mas muito mesmo, acolhedora, singela, ingênua, amorosa, e transparente: uma música feita por alguém que ama muito quem a escutará...
    E me toquei que ela funcionava como uma luz na escuridão para tantos que poderiam estar enfrentando demônios (interiores e exteriores) de tremenda força! E percebi que o que me irritava era eu mesmo: me negava aquele acolhimento, aquela singeleza, aquela ingenuidade de quem ama, não importa o que...
    (continua)

    ResponderExcluir
  4. Lembrei de meu pai, e de como ele tinha dificuldade de expressar carinho, atenção, acolhimento. Como ele massacrou eu e meus irmãos, tantas vezes...
    Fiquei um pouco decepcionado, porque já sabia desse problema com meu pai há muito tempo. E foi um assunto que trabalhei inúmeras vezes em terapia, vivências e meditação.
    Mas, algo aconteceu: vi meu pai pequeno, com 12 anos, sozinho, vivendo na casa de um irmão mais velho, abandonado pela mãe e pelos outros irmãos, chorando na cama pela mãe que tanto amava.
    Fui até ele, e disse: "fique tranqüilo, não se sinta só, eu estarei sempre aqui para você!" E ele me perguntou: "mas quem é você?" E, disse: "sou seu filho!" "Ahn?" E expliquei: "você vai me conhecer daqui alguns anos, quando eu nascer. E eu serei sempre seu amigo!"

    Entendi que, para perdoar meu pai, eu teria que sentir a dor que ele sentiu quando foi abandonado, quando teve que lidar sozinho com o medo, a solidão e a tristeza.

    Chorei muito, de um jeito muito aliviante, como se algo saísse de mim, e sentia que algo que ME perdoava, por ter odiado meu pai, odiado pelas coisas que ele tinha feito.
    Aprendi que o AMOR é como um espelho: você ama, e é amado, e você perdoa, e é perdoado.

    Lembrei de minha mãe, e do sofrimento dela, de suas histórias horríveis de infância. E, com ela, a coisa foi diferente: logo vi o sofrimento que minha avó passou, e por isso infligiu aquele sofrimento à minha mãe. E pensei: "quando é que isso termina? Na origem da humanidade? É muita emoção! Não vou conseguir lidar com isso!"

    E vi minha família. Pessoas que já se foram, outras que vivem, mas estão distantes, como uma floresta de almas, de pessoas conectadas entre si, em uma tapeçaria espiritual, como árvores, compondo um mundo de conexões e amor.

    Fiquei um tempão contemplando essa imagem, chorando e perdoando tantos parentes que me machucaram, se machucaram e machucaram outros...
    Tudo parecia mais leve, os erros pareciam pouco importantes.
    E o amor era a coisa mais importante.

    Então, uma surpresa: a música que me irritava tanto, mudou: parecia terna, carinhosa, singela, como um pai que brinca com os filhos antes de dormir, no quarto, fazendo teatrinho, cantando e brincando.

    Me senti profundamente seguro: a vida é acolhedora, amorosa e perdoa tudo!

    Meu corpo ficou leve e tranqüilo.

    Fiquei sentado mais muito tempo, à medida que as pessoas foram saindo da "força", e começavam a perambular.

    Me levantei e fiquei olhando o mundo, as árvores, a noite. Tanta beleza, tanta força e tanto AMOR.

    Acho que nunca me senti dessa forma: tão conectado com o mundo e com o amor das outras pessoas.
    Tudo pareceu mais leve, mais acessível, mais tranqüilo e alegre.

    Tantas imagens e vontades antigas, e esquecidas, começaram a vir a tona, e continuam a vir, 5 dias depois...

    Depois de uma conversa com todos os presentes, e que relatamos nossas sensações e impressões, fomos embora.

    Obrigado a quem propiciou essa experiência tão incrível, mágica e de amor.

    Caio.

    ResponderExcluir
  5. A Força!

    Na chamada "civilização" ocidental, estamos todos presos a um modo de vida que privilegia a acumulação material, a superficialidade, a artificialidade, o distanciamento do real.

    Como pode ousar querer ser chamada de "civilização" uma forma de organização social onde mais de um bilhão de pessoas passa fome ou é obrigada a se alimentar do lixo dos outros? Obviamente algo está muito errado.

    O que nos prende? Uma série de necessidades, em parte reais (alimentação, moradia, etc) e em parte fictícias (conceitos difíceis de definir, como "sucesso", status social, etc.). Não vou elaborar aqui sobre a realidade ilusória em que vivemos na sociedade contemporânea ocidental, centenas de milhares de páginas já foram escritas sobre isso.

    Basta dizer que não plantamos, nem criamos, nem mesmo caçamos ou coletamos nosso alimento. Todo um sistema mercantil se desenvolveu ao longo dos últimos séculos, até o ponto, no século XX, onde nos alienamos totalmente da origem do nosso alimento. Paralelos podem ser traçados em outras esferas de nossas vidas e necessidades.

    Isso tudo nos prende a um modo de vida. Depois da minha primeira experiência com a Ayahuasca eu vislumbrei uma metáfora para essa prisão: estamos "engessados", ou "cimentados" a uma parede. Nossos braços e pernas estão firmemente presos. Não conseguimos nos mover. Não conseguimos procurar outros caminhos, não sabemos como construir uma outra realidade, mais próxima de nossas reais necessidades. Vivemos presos, sofremos, e procuramos alívio temporário em uma miríade de distrações, diversões, consumo, anestesia.

    Como podemos nos libertar? É certo que muitos de nós procuram essa liberdade durante boa parte de nossas vidas, através de livros, músicas, artes plásticas, filmes, teatro, convívio com pessoas de mente aberta, relacionamentos amorosos. Procuramos abrir nossas mentes, livrarmos-nos de idéias pré-concebidas que nos foram alimentadas pela sociedade em que vivemos: através da escola, pressão social, marketing, dogmas religiosos, dogmas políticos. Tentamos meditar, procuramos psicoterapias, yoga, ayurveda.

    Na minha experiência pessoal, todas as minhas buscas por libertação no máximo funcionaram até certo ponto. Mas na maior parte falharam. Até agora.

    Um processo ancestral, cuja origem é difícil de ser determinada, me mostrou um caminho muito promissor. Eu, que sempre fui avesso a rituais ou qualquer situação que tenha o menor parentesco com religião, me deparei com um processo que se provou extremamente eficaz para me ajudar a me auto-compreender, me auto-conhecer, e pela primeira vez de fato construir uma vida com real significado.

    Digo isso como "marinheiro de primeira viagem", e pessoas mais experientes podem considerar minhas colocações como precipitadas ou presunçosas. Mas para mim não há dúvida.

    Minha primeira experiência com a Ayahuasca foi ao mesmo tempo assustadora, muito séria, muito complexa, muito simples, e principalmente apaziguadora. A sensação de paz que experimentei só teve paralelo em minha vida em um único relacionamento amoroso, por sinal recente, e onde essa paz era permeada de insegurança e medo.

    E a compreensão de mim mesmo que encontrei agora (por mais incipiente e embrionária que ainda seja) foi por si só um achado incomparável.

    Por que assustadora? De início, vieram, é claro, todos os meus medos. O chá fez efeito! O que está acontecendo? Por que todas as folhas de todas as árvores mudaram de cor? Tudo está colorido, tudo se move de maneira diferente! Uma beleza indescritível... Já ouvi falar que as pessoas passam mal, vomitam... Acho que preciso vomitar!
    (continua)

    ResponderExcluir
  6. Ao mesmo tempo em que eu tinha um primeiro vislumbre do que era obviamente uma parte enorme da realidade que eu sequer sabia que existia (da qual eu já havia "ouvido falar", e que me impressionou pela beleza, complexidade, e realidade), meu proverbial "medo de ser feliz" me segurou e disse que isso era impossível, e que deveria ter algo de errado aí.

    Todos os meus medos, juntos. Como sempre, para me impedir de olhar para mim mesmo e me aceitar, acolher a mim mesmo, sem me julgar ou me cobrar (como sempre fiz). Para me impedir de enxergar o meu verdadeiro lugar no mundo, no universo, como parte de um todo complexo, como parte de um conjunto infinitamente gigantesco e com sentido e propósito.

    Todos os medos, cultivados ao longo de 40 anos vivendo na cúspide da era industrial-tecnológica, onde eu "aprendi" que não sou digno de nada que eu possa querer. Onde "aprendi" que só posso obter algo através de sofrimento. Onde "aprendi" que sou inadequado, insuficiente e impotente diante do mundo mercantil, capital e mercadológico. E onde "aprendi" e tive gravados em minha psique todos os dogmas morais judaico-cristãos-luteranos em que chafurdamos há séculos.

    E diante de meus olhos tudo tinha cores deslumbrantes. Eu de fato via o mundo respirar na minha frente. Só é possível realmente entender essa experiência passando por ela.

    Felizmente minha necessidade de paz e auto-compreensão foi "pega no colo" pela Ayahuasca. Eu me deitei numa rede, respirei fundo e disse a mim mesmo: "você não precisa vomitar — você só está com medo — só precisa relaxar."

    Eu respirei fundo. Um suspiro realmente, o maior suspiro que dei na minha vida. E pronto, tudo fez sentido. Desde os relatos de Aldous Huxley até as máximas Budistas, passando por todas as obras de arte, visões místicas, e tudo que procurei a vida inteira para tentar entender o que sou, onde estou, para onde vou. Em um instante tudo ficou claro de uma vez, e eu estava perfeitamente consciente, e ao mesmo tempo imerso em um mundo totalmente novo.

    Todas essas idéias e conceitos que, ditos fora de contexto, podem soar como clichês vazios, lugares-comuns ou frases piegas. Mito da caverna de Platão; a ilusão da realidade; todos somos um só; eu sou aquela árvore; eu sou as cigarras cantando; um mundo melhor é realmente possível. Eu vi, senti tudo isso, e era obviamente real.

    E eu ria — não gargalhadas, mas aquele riso de satisfação e felicidade característicos de uma criança pequena, soando através das cordas vocais de um homem de meia-idade. E suspirava, e dizia "mas é óbvio!"... E ria um pouco mais.

    Não é à toa que essas idéias e conceitos foram digeridos pela mídia e transformados pela sociedade ocidental em clichês vazios: não interessa ao poder vigente que as pessoas se libertem. Se cada um realmente encontrar um caminho que queira trilhar, que possa desenvolver realmente, o mundo capitalista ocidental contemporâneo entra em colapso, perde na mesma hora qualquer suposto "sentido", qualquer poder que tenha sobre as pessoas. Na vida cotidiana, é praticamente impossível enxergar através da ilusão metodicamente construída pelo poder, pelo dinheiro, e por sua porta-voz, a publicidade.

    E, assim que eu consegui respirar fundo e relaxar, disse para mim mesmo, pela primeira vez na vida realmente acreditando no que estava dizendo: está tudo bem.

    Era o que eu precisava nesse momento da minha vida. Simplesmente me aceitar, sem julgamento ou cobrança. Ter paz. Pra poder começar a trabalhar de verdade, me desenvolver pra valer.

    Juntando o medo inicial, o relaxamento corporal, a sensação de paz, eu me senti como um recém-nascido. Com a vida inteira pela frente.

    E, nessa primeira vez, não fui muito além disso. Está claro para mim que apenas "arranhei a superfície" de algo enorme e muito poderoso. Que é o universo em sua totalidade, e que ao mesmo tempo sou eu.

    E sei que tenho uma enormidade de questões para resolver.

    (continua)

    ResponderExcluir
  7. Minha impressão, naquele momento, era a de que eu estava na beira de um oceano enorme, provavelmente infinito. E eu me contentei em simplesmente entrar na água até a cintura, como uma criança pequena "ousa" entrar no mar, apenas na beirada, e fica maravilhada com a situação. Só entrar um pouco nessa água já me trouxe paz, e uma compreensão de que de fato tudo está bem, apesar de todos os pesares. Que tudo tem solução. Que eu posso aprender, entender a mim mesmo e ao mundo, e achar o meu real lugar.

    Agora eu quero voltar, e de fato mergulhar. E encontrar todas as respostas para todas as minhas dúvidas, apreensões, questionamentos. Aos poucos, ou no ritmo em que eu for capaz.

    Agora eu sei, sem a menor dúvida, que é possível. Que é apenas uma questão de fazer, de me permitir buscar.

    Ficou muito claro para mim que a Ayahuasca é um caminho de cura, e que isso passa por olhar para mim mesmo com clareza.

    Se conseguíssemos chegar a esse estado de consciência sozinhos, tanto melhor. Eu até hoje não consegui, e sei que é uma empreitada praticamente impossível para a maioria das pessoas que vivem na sociedade ocidental. A Ayahuasca é uma ferramenta de libertação, que possibilita ao ser humano realmente olhar para si mesmo e aprender a se compreender.

    Fico muito feliz e muito muito muito grato de ter descoberto esse caminho, e ainda por cima tendo um amigo a quem prezo muito como guia.

    No final daquele dia, com uma Lua cheia no céu, a impressão que tive era que eu tinha acabado de pousar num novo planeta a ser explorado.

    OM!

    =)

    Ah sim, uma coisa muito importante que pensei muito mas acabei esquecendo de colocar:
    o fato de ser uma vivência livre, sem dogmas ou regras restritoras faz toooooda a diferença!

    Valeozaço!
    []s

    ResponderExcluir